Para minhas mãos, quando te tocarem
tenham suavidade e doce apascentar
por transparentes cavidades de teu corpo
encontrem deleites sem limites e densidades
Para meu olhos, quando te verem
te desnudem sem pressa ou amargura
e nem tenham o adiantado das horas
– Só a infinitude do eterno contemplar
Para meu ouvidos, quando te ouvirem
apreendam a leve cadência do teu cantar
e processem em nova forma de esperança
o que de tua alma orvalhada se desprender
Para minhas narinas, quando te inalarem
captem de ti suaves fragrâncias de sereno
florestas lunares e raízes além do tempo
absorvendo no sentido teu sentido de existir
Para meus lábios, quando teus lábios beijarem
sejam beijos feitos do mais puro riso louco
de estrelas cadentes e encanto da madrugada
de sede de saliva e de etérea paixão rendida
Para meus sentidos, quando teus sentidos sentir
saibam estar presentes ali, bem perto, junto de ti
no encontro final de almas que sabem agora
o que querem dizer os poetas afinal – Amor...
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