quarta-feira, 30 de maio de 2012

Às vezes você ...


Às vezes você me pede como um alimento necessário para manter você viva, Entre as oscilações do seu humor estranho a mim. Eu recito poesias ao vento, querida paixão, apenas para conseguir reviver em cada verso que não morre em meus lábios, que criam asas divinas e sobrevoam nosso céu nublado, vencendo essa intrínseca verdade de ter nascido para morrer. Ah, que doce seria a morte em seus lábios, entrelaçada em seu corpo, como sua pele, como seu ar, como seus próprios toques. Nego minha origem para transformar-me em você, pois amor assim tende a ser épico, e de normalidade ando morrendo. Essas tendências românticas que lhe fazem caminhar todos os dias por ruas estranhas, abarrotadas de corpos que só andam, não sentem, não revivem; pessoas que morrem e nada mais, não renascem, não revivem em olhos estranhos, ou beijos esperados, nem em coração atormentado pela saudade. Pessoas que não são eternizadas em lágrimas verdadeiras de amor com uma gota de desespero. Assim, amor meu, não quero prosseguir. Que a morte venha a cair bem em mim, mas que seja uma passagem, uma eterna passagem para o firmamento dos seus olhos, na força que conduz a sua caneta, escrevendo versos perfeitos que enalteçam o amor que tivemos entre lençóis e vinhos, entre manhãs de sol e domingos de chuva. Um amor assim que não se escreve, nem predestina, apenas acontece quando dois olhos cansados da mesmice se encontram em uma esquina atormentada por concretos. É esse o nosso amor: morrer para ser eterno.

Autor desconhecido

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