sábado, 26 de maio de 2012

Do navegar


Por caminhos líquidos me criei

em ondas azuis e esteira de espumas

Por oceanos bravios a desafiar

os atos do destino e o eterno navegar



Na escola naval eu me formei

– não sem sofrimentos ou agruras

– não sem dores n'alma a cortar

na virtude da paciência e do esperar



No singrar dos mares foi que resgatei

em meio a tempestades e amarguras

minh'alma sofrida quase a naufragar

cansada de batalhas e de tanto lutar


Foi no cristalino luar que consagrei

a essência dos sons e das pinturas

em palheta de cores e roda de fiar

tecendo teu rosto, tua boca – a provocar!



Na noite marinha enfim sonhei

com teu corpo deitado em partituras

tua boca na minha a despertar

desejos de maré e permanente ficar



Sonhei? Nunca mais quero acordar...

(R. Moran)
 

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