terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O teu abraço cala-me as maiores tristezas...

O teu abraço cala-me as maiores tristezas. Não há silêncio meu que te assuste nem suspiro algum que não saibas de cor. Contigo não preciso esconder o medo. Muito menos fingir. Posso encolher-me no teu peito e deixar cair todas as lágrimas: irás secá-las com beijos. É assim que gosto de respirar o teu cheiro: encostada a ti. Não quero que me enchas de sonhos – sabes bem que os tenho comigo se não tos conto. Basta-me saber quanto os respeitas e estou certa de que continuaremos a não saber dançar a mesma canção. Mas eu só preciso que tu me entendas. Que continues a admirar-me a transparência e os olhos brilhantes. Que passeies comigo de mão dada à beira daquele jardim e me puxes para ti quando me julgares perdida. Eu não posso perder-te de vista. Não quero. Porque preciso de ti: tu sabes. Será por isso que não vais embora? Não foges e nem sequer te acobardas. Ficas sempre do outro lado do espelho pronto a alertar-me ao mínimo sinal de emergência. A poesia dentro de ti – ainda que duvides disso – faz-se de verdade e coragem. Não te sabes escrever de outra maneira. Não é necessário. Eu agradeço baixinho a seguir-te de perto e a pensar para mim que és a pessoa mais especial que conheço.


[mãos dadas e jardins ao sol]

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