Não basta estender as mãos vazias para o corpo mutilado, acariciar-lhe os cabelos e dizer: Bom dia, meu Amor. Parto amanhã.
Não basta depor nos lábios inventados a frescura de um beijo doce e leve e dizer: Fecharam-nos as portas. Mas espera.
Não basta amar a superfície cómoda, ritual, exacta nos contornos a que a mão se afeiçoa e dizer: A morte é o caminho.
Não basta olhar a Amante como um crime ou uma injúria e apesar disso murmurar: Somos dois e exigimos.
Não basta depor nos lábios inventados a frescura de um beijo doce e leve e dizer: Fecharam-nos as portas. Mas espera.
Não basta amar a superfície cómoda, ritual, exacta nos contornos a que a mão se afeiçoa e dizer: A morte é o caminho.
Não basta olhar a Amante como um crime ou uma injúria e apesar disso murmurar: Somos dois e exigimos.
Não basta encher de sonhos a mala de viagem, colocar-lhe as etiquetas e afirmar: Procuro o esquecimento.
Não basta escutar, no silêncio da noite, a estranha voz distante, entre ruídos de música e interferências aladas.
Não basta ser feliz...
Não basta a Primavera...
Não basta a solidão...
Não basta escutar, no silêncio da noite, a estranha voz distante, entre ruídos de música e interferências aladas.
Não basta ser feliz...
Não basta a Primavera...
Não basta a solidão...
[Daniel Filipe]

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