quarta-feira, 23 de maio de 2012

Um pálido ponto azul

A mensagem de hoje é um texto do astrônomo americano Carl Segan e chama "um pálido ponto azul"... que é a Terra vista da sonda voyager que passava por saturno:

É um texto que faz a gente pensar:
A espaçonave estava bem longe de casa.
De saturno, a Terra apareceria muito pequena para a Voyager apanhar qualquer detalhe, nosso planeta seria apenas um ponto de luz, um "pixel" solitário, dificilmente distinguível de muitos outros pontos de luz que a Voyager avistaria:
Já havia sido dito por cientistas e filósofos da antiguidade que a Terra era um mero ponto de luz em um vasto cosmos circundante, mas ninguém jamais a tinha visto assim.

Então, aí está - um mosaico quadriculado estendido em um fundo pontilhado de estrelas distantes. Por causa do reflexo da luz do sol na espaçonave, a Terra parece estar apoiada em um raio de sol.

Não há nenhum sinal de humanos nessa foto. Nem das construções sobre a superfície da Terra... nem nossas máquinas... nem nós mesmos...

Nós somos muito pequenos na escala dos mundos... humanos são irrelevantes, uma fina película de vida num obscuro e solitário torrão de rocha e metal...

Mas aqui é nosso lar.
É aqui que estão todos que amamos...
Todo ser humano que já existiu....

A totalidade de nossas alegrias e sofrimentos, as religiões, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador e saqueador, cada herói e covarde, cada casal apaixonado, cada mãe e pai, crianças, educadores... cada "superstar", cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu ali, em um grão de poeira suspenso em um raio de sol.

A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica.
Pense nas infindáveis crueldades...
Nas tragédias...
No ódio...
Pense nos rios de sangue derramados por imperadores que, em busca de triunfo, pudessem se tornar os mestres momentâneos de uma fração de um ponto.

Nossas ilusões de que temos uma posição privilegiada no Universo, é desafiada por esse pálido ponto de luz.

Nosso planeta é um espécime solitário na grande e envolvente escuridão cósmica.

Na nossa obscuridade, em toda essa vastidão, não há nenhum indício que ajuda possa vir de outro lugar para nos salvar de nos mesmos.
A Terra é o único mundo conhecido até agora que sustenta vida.
Por isso talvez não haja melhor demonstração que essa imagem distante do nosso pequeno mundo para lembrar:
A responsabilidade de tratarmos melhor uns aos outros e de preservar e amar o único lar que nós conhecemos... esse pálido ponto azul!

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