segunda-feira, 7 de maio de 2012

I(mortal)

Por que às vezes o doce que se tem parece derreter, e amargar... Descer como fogo de garganta abaixo. É quando, num instante de devaneio, você nota o que talvez nem exista. E você nota, não no mundo, mas em você... Por que muitas das imagens negativas que vemos, parece que as compomos de uma forma multifacetada. Quando você nota que todas as palavras, não são todas as palavras... Sua fonética parece que não ecoa, um nó em volta da voz se forma, e as palavras saem atropeladas, e por vezes não são entendidas. O que fazer quando a pele arrepia, e o tempo vai se esquivando, escorregando por entre os dedos. E você só diz, com voz travada, lá dentro: “Não, não é bem assim”. E pétala por pétala cai, desfolha-se, vento que passa... Redemoinho que passa... e leva...e trás... e no meio de um monte de imagens que giram, apenas se fica no centro, em paralisia total, olhando tudo se passar em volta. Mas mantêm, apesar do frio ao redor, as verdades que sempre acompanham. Estranhas verdades, estranhas crenças... Estranhas por serem diferentes? Talvez... Mas não deixam de ser estranhas... Incomuns. E prevalece o que acredita, e prevalece o que ama. Algumas coisas nunca mudam, já disseram por ai.  O que se faz quando um relance no olhar deixa cair uma chuva, chuva na alma que transborda no corpo. E você apenas diz “não é bem assim”. E você se tece nas verdades, mas talvez as verdades que se carregam, para o resto do mundo só sejam ideias... E você vai se sentindo uma estranheza. Estranheza de gente, estranheza de ideias.

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