quarta-feira, 28 de março de 2012

Psil


Palavras não são nada engaioladas na ausência do ruído de sua presença.
Minha língua trava, reprimida pelos lábios fechados costurados com linha áspera.
O coração aperta. Calafrios próximos ao ventre.
Impossível olhar seu rosto incrédulo...
Sinto-me envergonhada, embora não tenha efetuado falso juízo.
Batimentos disparam rapidamente.
O silêncio endurecido me faz viajar no medo perturbado das possibilidades.
Os pensamentos bons são efêmeros, vão com os sons não produzidos.
Gritos, enfartados de tanta dor, adoçam o temor da perda.
Estou extraviada no imaginário.
Guio meu olhar, mais uma vez, para as coisas boas...
Já não se encontram!
Fujo da ficção.
Silencio o silêncio.
Você está me observando sentado sobre a cama.
Meus olhos encharcados mal conseguem projetar seu rosto.
Sem expectativas de um novo amanhã.
 Não quero sofrer muito. Peço para que não fale.
Jogue no sepulcro o que fomos!
Descansarei na penumbra do silêncio e ressurgirei para outra loucura.

Peixe

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