quarta-feira, 28 de março de 2012

O telefonema que não aconteceu.


Ele: Alô?!

Ela: Oi!

Ele: Tudo bem? Como você tá? Desculpa não ter ligado antes, vi tuas ligações, mas é que...

Ela: (interrompendo) Tudo bem! Não se preocupe com isso, ta tudo bem! Não esperava que você fosse ligar, mas fico feliz que o tenha feito. A encomenda que tinha pra você, não era nada de mais, deixa pra lá. rs

Ele: Como assim deixa pra lá?

Ela: Rs! Na verdade não havia encomenda. Sabe?! Nestes dias de lua cheia tomei a liberdade de pensar em nós, de recordar momentos... (suspiros) Não é que esteja voltando ao passado, trazendo tudo de volta ou insistindo, não, não é isso! É só que sinto que... Nada, dexa pra lá, você não iria me entender.

Ele: Posso tentar se você deixar.

Ela: Certo! É que eu não sei o que acontece no dia de amanhã, posso não mais estar aqui, posso não ter outra oportunidade de te falar isso, por isso, só me escuta, eu quero dizer isso que tô sentindo hoje porque é uma coisa muito bonita. Me sinto sortuda por poder me sentir assim, tão feliz.

Ele: Fico feliz por você!

Ela: Essa vida é tão pequena e engraçada. Você sabe o quanto te gosto garoto, não só como amigo e apesar de tudo. Apesar de você ter me feito em pedaços várias vezes. Apesar das promessas ditas, ou melhor, mal-ditas. Apesar de não estar aqui. Ainda assim, te gosto garoto. É que meu gostar vai além de tudo isso. Além das mentiras e do medo que você sente. Além de todas as coisas que hoje nos separam. Esse é o tamanho do meu gostar. Acho que o nome pra isso é amor. Me disseram uma vez que a gente não precisa ta perto pra amar alguem. Minha razão não sabe explicar, mas o coração sente, e a cada dia eu sinto me apaixonar outra vez ou mais um poquinho por você. E hoje, olhando a lua, e revivendo nós dois... Eu quase posso te materializar agora na minha frente, se fechar bem os olhos consigo até sentir  teu toque, teu cheiro, ver teu riso largo, sinto a maciez da tua pele, o calor dela... Vou te guardar no coração como uma criança que guarda uma concha numa caxinha pra nunca esquecer o mar. Toda vez que ela abrir aquela caixinha ela vai ver não só uma concha, ela vai ver o verde-azul do mar, sentir o sol e o vento forte daquele dia, a areia sob os pés, ouvir o barulho das ondas quebrando e o gosto salgadado da água. Irá sentir-se feliz mais uma vez! Sabe?! É engraçado, mas eu não consigo lembrar de você dizer que me amava, não que não o tenha dito ou que seja importante de ouvir, mas, é só que não lembro em nenhum momento. Lembro de você demonstrando isso nas vezes que deixava o trabalho pra ir me ver. Nas vezes que largava os compromissos de uma tarde inteira só pra fugir da rotina com uma garota chata que insitiu em fazer algo diferente. Nas vezes que conversava abertamente sobre qualquer assunto comigo. Nas vezes que me ninava nos teus braços olhando a lua. Nas vezes que segurava minha mão na rua. Todas as vezes que me abraçava. É por isso que você é tão importante pra mim, porque você não me fez eternas juras de amor como tantos outros, você demonstrou isso no pouco que vivemos juntos, a cada instante com você eu me senti amada. O que agora sinto vai além da minha compreensão sobre o amor, é algo que me deixa leve. Eu não sei como você esta, digo de verdade, deve esta tentando ocupar o coração mais uma vez... Você ainda ta ai?

Ele: Sim, eu estou...

Ela: rs! É isso, eu precisava te dizer como me sinto bem e devo isso a você. Eu sei que você ainda tem medo, ainda não esta pronto pra gente, talvez nem pra você mesmo, entendo isso. Quanto a mim, estou feliz. Estou em paz!

Iolanda Gomes

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