domingo, 23 de outubro de 2011

e deixar passar as horas como quem flutua.

nas palavras lavo os panos tristes
que no fim de uma estação retêm agora
a sensação dos dias, o lume dos passos.

sinto que é um outro tempo,
um outro jeito de dobrar esquinas,
um outro modo de pisar a terra
– é tudo isto comprimido no pulso,
cingido dentro de veias como pequenas vozes
mudadas em canção ao acordar do ano.

vem, vem comigo, neste magnífico nascimento,
ouvir bater a espuma no cinzento das rochas,
e deixar passar as horas como quem flutua
à tona do tempo, inteiramente mergulhado no mundo
– vem dormir sob o luminoso manto da lua cheia.

hei-de dizer-te um dia
como se escolheu a cor do mar.

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