quarta-feira, 26 de outubro de 2011




Quando voltares,
põe na tua voz, aquela flor azul que te ofereci.


Talvez, assim, eu julgue reencontrar-te e os olhos se encham outra vez.

Ainda tens no gesto aquele susto que se enrolava todo nos meus dedos e punha à nossa volta um colar de silêncios ardendo?




Tudo mudou, bem sei.
Naquela tília o Outono já começou; e nas tuas palavras algumas folhas devem ter caído.
Mas, se voltares, põe a flor azul, põe o passado no gesto e na voz.

Talvez, assim, eu julgue reencontrar-te e os olhos se encham.

 Antônio Cabral

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