quinta-feira, 22 de julho de 2010


"Eu odeio muito você ter aparecido em minha vida. Odeio você ter chegado com esse sorriso-que-cabe-o-mundo, e despejado essa coisa sem nome dentro de mim.[...]Odeio você ter a letra bonita. E mil e uma borboletas de uma vez fazendo festa no meu estômago vazio. E meu coração motor-de-amor-maior, inquieto, medroso, entregue, piscando. Piscando em sinal de um alerta que ele mesmo, estúpido, não conseguiu dar conta. Odeio ser brega por tua causa.[...]Odeio sonhar com você, achar tudo real, e acordar impregnada por uma presença que não tenho. Odeio essa coisa bonita que me abraça de um jeito feliz para sempre. Odeio pensar em você. Odeio ser louca e te mandar torpedos esquisitos. Odeio meu coração descontrolado ao te ouvir no telefone, e a vontade infeliz de te contar do que até hoje eu não sei, mas continuo querendo.[...]Odeio que você tenha quebrado meu coração durante uma crise tresloucada, e que eu tenha te xingado de egoísta e covarde.[...]Odeio você indo embora, você sabe que eu odeio a maneira como sai. Odeio não me cansar de você. E odeio estar aqui escrevendo, enquanto o incenso de qualquer-coisa-que-me-leve-ao-teu-encontro, queima. Odeio ter prometido de que quando tudo virasse pó, faria da gente o mesmo. E o incenso nunca chega ao fim.[...]Odeio apagar as luzes, e você ser vagalume, vela, lanterna e depois sol, me acendendo inteira, notando minha tentativa frustrada de fazer acender qualquer coisa amarela em gravetos espalhados contra o vento. Odeio a tua serenidade que me faz te querer como cais na hora em que tudo desmonta. Odeio te querer bem, muito bem.[...]No fim de tudo, o que mais odeio, é abraçar todos os seus defeitos. Sabê-los tão distantes ao compará-los a tudo o que temos de maior. Só não odeio tudo isso quando odeio não ter você por perto, quando quero, ocupando todos os meus lugares mais lindos.

Coisas desses caminhos sem lua, e o tempo todo tão cheio de estrelas."

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