quinta-feira, 1 de julho de 2010

Da saudade.

Tem dias que a saudade é tanta que parece não caber.
Não cabe no peito.
Não cabe nos dias que se repetem.
Não cabe na gaveta entre as fotos e lembranças.
Não cabe no armário onde as roupas disputam o espaço com os sapatos.
Não cabe na mala guardada embaixo da cama.
Não cabe nos bolsos dos casacos, nem nos bolsos das calças.
Não cabe, não cabe, não cabe.
Mas talvez ela caiba aqui, nas páginas de um livro que não conhece seu fim.
Cabe nas sentenças quase desconexas e nas tentativas frustradas
de abraçar o mundo e segurá-lo nas mãos marcadas pelo tempo, castigadas pelo frio.
Aqui a saudade se camufla, camaleônica.
E reina, absoluta.

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