quinta-feira, 1 de julho de 2010

Da série: "Cartas que nunca foram".

Livre, livre, livre!
Sim, livrei-me do inferno, do suplício.
A sensação momentânea de medo e insegurança logo deu lugar a uma doce euforia.
Detalhes como o que será feito desta liberdade, são apenas e tão somente isso: detalhes.
Escrevo, escrevo, escrevo e quase não posso sentir as pontas dos dedos já amortecidos, que se colaram à caneta de tinta negra como o breu, no desespero de contar e escrever uma só história: a minha.
Escrevi para um bocado de gente.
Pessoas que não vejo há anos, para as quais nunca escrevi.
Pessoas que vejo sempre, pessoas que conheço, pessoas que nunca vi.
Escrevo também para você e me pergunto se será esta mais uma dentre as inúmeras cartas que nunca enviei, juntando-se às outras no fundo da gaveta.
Será?
O desuso da escrita de próprio punho e o hábito de digitar transformaram-me em escrava do teclado, uma mera extensão do lindinho, e ele minha.
Tenho vivido e morrido através dele, é fato.
Procuro resignar-me e não ser tão crítica.
Por outro lado, preciso não ser tão utopista e sonhar com coisas palpáveis, que eu possa estender os braços um dia, e alcançar.
Preciso aprender a ser feliz com as riquezas que possuo.
Não deixar que as amarguras e decepções me roubem o doce, como formigas sorrateiras.
Resisto, persisto, não desisto.
Vou lutar.
E escrever também, é claro!
Beijos doces,

...

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