sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sem título, sem graça.

Estranha esta retomada de planos que nunca chegaram a ser, nunca foram, nem sequer serão.
Mas quando encaro reflexo do espelho, percebo nos meus olhos a vontade.
Mesmo que improdutiva, incapaz.
Ela está lá.
O desejo latente da mudança que nunca, nunca.
A menina de ontem e a mulher de hoje se confundem e muitas vezes a menina toma as rédeas, e diz a que veio.
A mulher, se esconde no armário, atrás da porta, atrás do medo.
Como - e quando - foi que a garotinha brava e corajosa transformou-se na mulher insegura e cheia de medos?
Quando foi que desisti de arrancar a última folha do calendário, encerrar o ano - mais uma etapa, e preparar-me para o novo, o desconhecido?
Onde foi que a graça se perdeu de mim?
Ou terei sido eu a perder-me dela?
Tenho tanta vontade do novo quanto tenho de permanecer assim, como estou.
Estática, estagnada.
Sim, tenho medo que apodreçam-me os sonhos.
Mais medo ainda, tenho de encarar a realidade dura de uma vida vazia.
Não tem graça!
Mas eu sempre encontro uma forma de mostrar a alguém aqui e ali que ela existe: a tal da graça.
Só não sei porquê ela se foi de mim.
Este é, quem sabe, um epílogo.
A página virada,o ponto final.
Ou quem sabe o prólogo, a promessa ainda que tardia de uma nova história, de um sem número de capítulos e páginas incontáveis que me separam do fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário