quarta-feira, 7 de julho de 2010

Loucura

Sentindo a areia quente nos meus pés,
Quedo-me silenciosa a ver o sol debater-se no horizonte.
O som das ondas anuncia as lembranças que desejo apagar,
Mas elas voltam em cada vaga que beija a minha pele.
Ao longe, perto do céu que me envolve, a gaivota grita a sua liberdade.
Quanto a invejo… e, desejo juntar-me a ela…
A brisa suave e quente vai tomando forma de sussurro…
É um pronuncio de inquietação…
E, do nada, trazido na espuma da vaga um som me agita…
Só eu sou capaz de o ouvir, só eu o reconheço, sou eu a visada…
Tento distrair a minha mente…
E deixo a brisa pousar sobre mim…
Levanto a cabeça e permito que os raios de sol sejam testemunhas…
Testemunhas da perfeita loucura em me deixei ficar…
O tempo passa… e cada instante é mais um delírio de dor…
Mais uma prisão em mim mesma.
A razão dita a urgência de me levantar deste torpor e reagir…
A razão…
Há muito que permaneço calada, sufocada e trocada pela ilusão…
O meu dia começa na alcofa da fantasia… desenrola-se em constante devaneio, e adormece abraçado a uma quimera…
Fui louca em te querer…
E como louca vivi cada instante de nós…
Agora… fiquei como louca de dor por te perder.
Deixo que o meu olhar errante de louca se perca no azul do mar… e ao fundo, o vazio…

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