"O sol demorou-se pouco. Distribuiu carícias e sorrisos e, satisfeito ao ver que tudo estava em ordem neste pedacinho do seu mundo, recolheu-se de novo atrás da cortina para envolver-se no cobertor das nuvens. O céu fechou-se mais uma vez. A capa cinzenta tornou a se unir, recobertos os rasgões e esgarçados. Não mais se advinhou o cerro azul. E a chuva voltou a cair, mansinha e persistente, prometendo enfiar pelo resto do dia e pela noite adentro.
E as borboletas? As borboletas desapareceram. De repente, como haviam surgido, sem deixar vestígios. Sumiram. Não sei como nem sei para onde. Possivelmente estarão por aí, escondidas no meio da folhagem, esperando que apareça, por poucos momentos que seja, outro raio de sol dentro do qual possam bailar. Esperam serenas porque sabem que outros raios de sol hão de vir. E saboreiam em silêncio a alegria que tiveram... Vou aguardar a volta das minhas borboletas."
(trecho de "As Borboletas", de Vivaldo Coaracy)
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