terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Na penumbra da noite.


Uma sombra na noite
Não tem face, não tem sobrenome.
Há muitas sombras na noite
que deslizam pelas paredes  
fria de um beco perdido
de uma cidade qualquer.
Sombras na noite
que não deixam ruídos para trás,
e no chão molhado e sujo
nunca há registros da marca dos seus pés.
Porque sombras sempre se esguiam
pela noite afora.
Pois são eles os filhos da noite 
Que sempre vem para os braços da noite,
Para que esses gélidos como o cadáver
console suas almas que chora
por um afago, uma atenção, uma direção.
Ouça o silêncio da madrugada
e talvez ouvirá o som de uma lágrima,
ou um grito abafado,
mas carregado de dor e angústia.
Ver uma dessas milhares de sombras
Isso os seus olhos jamais irão ver, 
Porque os nossos olhos só ver o que queremos ver.
As sombras se atropelam noite afora.
Algumas tem o estômago faminto
e sente frio, muito frio.
Outras tem sede de sangue
e o seu coração já foi coberto pelo manto da penumbra 
do desamor, da injustiça.
 E com as portas fechadas
suas mãos já carrega a marca do sangue inocente.
 
Há as sombras que ao romper da aurora
volta para a luz do dia.
Essas são as sombras doentes,
mortalmente feridas na alma e no coração.
Algumas quando sai pela noite
nunca mais encontra o caminho de volta. 
Atormentadas por uma tristeza infinda
são invadidas por todo tipo de inquietação.
Estamos perdendo a vida pra noite.
A noite que nós criamos
por causa da nossa incapacidade de amar.

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