terça-feira, 3 de maio de 2011

Na verdade ainda falta muito. Deixar de ser boba. E chata. Não ser tão invejosa. E insegura. Ajudar na hora do jantar, ter paciência com as pessoas que ficam paradas no meio do caminho. Não ter raiva de crianças que ocupam lugares na lotação ao invés de sentar no colo da mãe. Ter noção de que o dinheiro acaba. Comer menos chocolate. E mais salada. Não ser tão raivosa (de onde vem tanta raiva?). Ter tempo. Largar esta internet (não o meu trabalho, né?). Não ficar puta se não ouvem o que eu digo (articule, fale alto). Ligar pra minha mãe. Ligar pro meu pai? Ter meus textos lidos, escrever meu livro (já tenho 27 páginas, me abraça). Fiz algumas estrelinhas, estão ficando boas. Tantas roupas erradas. O incrível caso da menina que tinha talento e ninguém sabia. Pedir perdão. Eu pedi, pra algumas pessoas. Também pedi socorro, só pra uma. Não me ouviu. Não, não falei alto. Enfim. Tem sido delicioso receber tanto silêncio de volta. É como... Como lançar ao vento um pedido, direcioná-lo a tantas pessoas que até se perde o controle sobre o feedback. Simplesmente esquecer, pois não houve feedback nenhum. Não dá nem pra ficar triste. Ou dá.

É como... Escrever bilhetes, deixar rastros, deixar pequenas pistas de que precisa de alguém. E esse alguém nunca perceber nada disso, por que fechou os olhos pra você há muito, muito tempo.

Não é como ter sido idiota o tempo todo e agora não dá mais pra consertar. Ou é. Acho que é. Pra algumas coisas, é.

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