Aprendi a desejar o outono nas noites de verão
Aprendi a emoção de cantarolar uma canção inventada
Aprendi a gostar de dias nublados e ver beleza em vento e tempestade
Aprendi a colorir o olhar ao ver a lagoa cor de chumbo
Aprendi a ternura de imaginar meu amor lendo jornal afagado por uma xícara de chá
Aprendi a atender quando chamada Dona Moça, mesmo tendo consciência que a mocidade ficou lá atrás
Aprendi a entender minha letra torta pois é como me assino assumindo identidade
Aprendi que a felicidade custa barato, está no sorriso sincero, no despudor da cumplicidade, no aconchego da completude, na afirmação da simplicidade
Aprendi que não existe solidão quanto se tem memória
Aprendi a confiar no silêncio e aceitar as perdas como se ganhos fossem
Aprendi que ir além é estar nos braços do ser amado e liberdade é o abraço
Aprendi que por mais sábia me ache mais sofrerei de amor
Aprendi a conhecer o nada do outro e absorver o seu tudo de melhor
Aprendi que não sou mar mas tenho olhos de sal
Aprendi que me encantam as palavras e seus significados, que sentir poesia depende do estado de espírito e se manter apaixonado rejuvenesce
Aprendi a crer num Deus e fazer dele meu amigo mais íntimo
Aprendi que saudade aquece a alma, remete sabor de ontem e miniminiza tempo-espaço
Aprendi a manter minha alma livre, meu corpo inteiro, meu coração valente
Aprendi que necessitei de anos para aprender que se pode tudo que desejar, basta pensar forte, amar muito e voar.
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