O que somos nesta imensidão de sentimentos emaranhados?
Um grão de pó, feito homem, que se afirma, impõe e luta pela sobrevivência.
Escudamo-nos em cada atitude, cada decisão.
A tentativa da satisfação sentimental, o preenchimento do nosso “eu”, o relacionamento com os outros.
Liderança, concorrência, guerra, fome, conflitos, catástrofes.
Ruído ensurdecedor. Carro, comboio, metro, gentes possessas.
Corremos, para onde?
Dias extenuantes, família, amigos, inimigos, educação, deseducação, deitar, levantar, o ter, o não ter, o ser e o não ser.
A ilusão.
Por vezes dou por mim como se estivesse do lado de fora do mundo onde observo as pessoas, a sua vida. Vejo todos os que me rodeiam no meu dia-a-dia.
O choro, o riso, o atropelo. Tudo corre igual, sem a minha presença.
Constato que não sou nada nesta imensidão.
É nas palavras dos sábios, na poesia e pensamentos que descanso.
Gravo na minha memória e mantenho presente, não a vida mundana, mas sim o sorriso e a inocência das crianças, o cheiro do mar, o céu azul, o sol brilhante, o chilrear dos pássaros, o barulho da água em cascata. Isto não é ilusão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário