Parei. Paramos. Tudo parou em nossa volta. Pois agora meus olhos de fitam como jamais havia acontecido, agora eu consigo te enxergar com clareza e consigo ver teu sorriso mais uma vez, de longe. Somos só nós dois nessa cidade grande e milhões de palavras precisam ser ditas, atitudes precisam ser tomadas e o nosso amor precisa ser colocado em prática (mais uma vez). Eu procurei todas as palavras durante esse tempo que você estava fora e por mais que eu tenha achado, eu não consigo dizer, pois todas elas se perderam quando acharam tua boca em meio ao escuro das onze da noite, na parada de ônibus. Tudo pareceu uma cena de filme, eu abrir os olhos pra ter a certeza de que você estava ali comigo, me protegendo, me abraçando em forma de proteção. Aah! eu amo me senti protegido por você. Por você. Não vou dizer que foi fácil ficar sem ti naquelas semanas cheias de rotinas, dias em que eu achava ter perdido um dos meus bens mais preciosos, meu peito quase para de bater por dez segundos. Tudo passou, você voltou e agora eu posso sentir a tua respiração no meu rosto, a tua mão passeando devagarinho pelo meu corpo nada esbelto. Pessoas passando naquela rua pequena e vendo uma cena, que pra muitos, é constrangedor e a gente queria saber da gente, só da gente e nada mais importava naquele momento. Encostado no teu peito, eu pude senti teu coração bater rápido, ofegava e parecia feliz. O meu não estava diferente, quer dizer... O meu batia muito mais rápido, como se eu tivesse te encontrado pela primeira vez. Eu queria mais, não queria sair do teu afago. Fomos pra casa, não havia ninguém, obviamente, meus pais estavam no trabalho. Preparei alguma coisa pra comer, rápido, não podia perder tempo contigo. Fomos para o meu quarto e lá podemos ter uma porcentagem de liberdade. Podemos conversar sobre muitas coisas, de como foi a sua viagem àquele estado super falado no país. Falamos de nós dois, de tudo.
Silêncio absoluto, beijos pra lá e pra cá e o amor transparecendo no meu quarto. Suas fotos continuam na parede, os nossos momentos espalhados por todos os cantos daquele cúbiculo. Coloquei o CD que você me deu de presente no meu aniversário de quinze anos, daquela banda perfeita. Você me puxou e me fez dançar agarrado de ti, bem juntinho e parecíamos dois idiotas lindos. Modesta parte eu me sair bem, você, muito pelo contrário achou que estava se saindo bem também e eu ri do jeito lindo e sutil de disfarçar, eu estava nem aí, eu queria saber de você ao meu lado. Voltamos a deitar na minha cama, ficamos de conchinha no silêncio, quase dormimos. O relógio marcava onze horas e trinta e sete minutos e eu quase surtei, mas calei a voz, pois não queria que você fosse, embora já estava mais do que na hora. Nunca havia percebido que seus tríceps estavam mais definidos, até você tirar sua camisa branca que tinha o desenho do snoop lindo. Bom, eu não poderia perder a oportunidade de por minhas mãos sobre aquele monumento, quem não pegaria? Mias não era isso que me chamava a atenção, era o seu sorriso, que cintilava cada vez que você o abria, estava mais vivo, mais lindo. Naquela noite prestei atenção em cada detalhe do seu corpo, seus cabelos desgrenhados estavam mais desgrenhados e balançavam com muito mais facilidade, esvoaçava quando o vento entrara pela janela. Suas mãos pareciam mais delicadas. Agora você estava se cuidando, como tinha dito pelo telefone. Guardei cada palavra que ousou sair de sua boca, até aquelas eróticas que por algum motivo você resolveu soltar e eu respondia com... Enfim.
Foi, talvez, a melhor noite que eu já tive ao teu lado, pois pude senti o amor mais uma vez, de uma forma que você me ensinara a muito tempo. Conheci melhor quem tu és, me senti protegido a cada segundo. Você teve de ir embora, não querendo me soltar em momento algum e eu idem. Fui te deixar na porta, com um nó no coração, e aquela mesma porta sempre estará aberta pra você. A noite foi, perfeita, sem igual. Tudo isso, só fez eu ter certeza do quanto eu te amo.
Geovane
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