Transfusão serena de vida
A um corpo pedindo carinhoÀ porta da sensação
Um copo de caminho vário
De sentar a alma entretecida de desejo
Junto à existência desejada do outro
União sangrenta de vida e poesia
Um cosmos corpóreo, rosado, vivoInundando a visão do horizonte
De palavras, bálsamos em verbo
Uma cascata corrida de sonho
À foz do quotidiano suave
Rico das riquezas do mundo
E das multidões cá dentro
De músicas e sons conhecidos
Como nomes chamando
E vozes, imagens em filmes
As palavras revelam amor
Nas veias possuídas de textosIlusões lavadas de fresco
Só restam como futuro bom
À impressão verdadeira das palavras
Quero dizer-te que há um outro caminho
Ao abraço do outro, um Outro.
Um caminho dos corações palpitantes
E dos idealismos inconfessáveisOnde facas e alguidares
Se choram lamechas de toadas antigas
De frescos amores
Quero dizer-te - é isto que te quero dizer!
Que às palavras do mundo
Podes ver o mundo de outra formaE uns olhos despertarão sobre as tuas palavras
Como as tuas palavras te despertam viva
E te fazem viva tão bem
Quero dizer-te - escuta, vou terminar baixinho
Que as palavras te guardam as veias e o olharPara que sintas e vejas um novo amor
No horizonte sereno do mundo habitado
Morando onde morou sempre
No sabor das palavras que deixas ser teu alimento...
[Chapeleiro Maluco]
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