Não me preocupo em entender,vivo e ultrapasso qualquer entendimento.Sou simplismente eu msm,complicada e infinitamente cheia de defeitos...Msm assim não posso deixar de acreditar em mim!!!
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
QUEM PODE SABER........
Numa certa altura da vida percebi que perdi algo que não podia perder.
Tentei não ficar indagando por que foi, ou, o que foi, e nenhum outro por que.
No fundo, eu acho que tenho medo de saber.
Assim tentei ir em frente com a minha vida. A cada cicatriz, a cada ferida, a cada injustiça sofrida, eu apanhava sem nada entender.
Era um precipício aqui, uma barreira alí, e o pior e que eu enfrentava tudo, mesmo sem saber onde queria ir.
Olhando até onde meus olhos podiam ver, a harmonia e a integração dos elementos da natureza obedecia a uma exata maestria sem maestro.
E ao olhar para o céu numa noite nua, percebi que faltava um pedaço na lua.
Então voltei a me indagar:
Teria sido isto que eu perdi? Um pedaço da lua?
Sai como um louco, por todos os caminhos, em todas a ruas, e cada poça dágua no chão que eu via a lua dentro a brilhar, eu avançava sobre ela tentando o pedaço pegar. E a dor do engano era maior que a falta do pedaço no luar.
Foi só quando vi no céu a lua cheia que eu entendi que ela já havia encontrado a parte dela perdida.
Mas a parte da minha vida, ainda não.
Quem sabe num esquecido lugarejo, numa viela, debruçada no parapeito de uma janela.
Lá onde o trem apita numa curva, numa vila enterrada no chão....
Lá onde eu sepultei o meu sorriso....
Lá onde esqueci o meu coração....
Quem sabe?
Numa certa altura da vida percebi que perdi algo que não podia perder.
Tentei não ficar indagando por que foi, ou, o que foi, e nenhum outro por que.
No fundo, eu acho que tenho medo de saber.
Assim tentei ir em frente com a minha vida. A cada cicatriz, a cada ferida, a cada injustiça sofrida, eu apanhava sem nada entender.
Era um precipício aqui, uma barreira alí, e o pior e que eu enfrentava tudo, mesmo sem saber onde queria ir.
Olhando até onde meus olhos podiam ver, a harmonia e a integração dos elementos da natureza obedecia a uma exata maestria sem maestro.
E ao olhar para o céu numa noite nua, percebi que faltava um pedaço na lua.
Então voltei a me indagar:
Teria sido isto que eu perdi? Um pedaço da lua?
Sai como um louco, por todos os caminhos, em todas a ruas, e cada poça dágua no chão que eu via a lua dentro a brilhar, eu avançava sobre ela tentando o pedaço pegar. E a dor do engano era maior que a falta do pedaço no luar.
Foi só quando vi no céu a lua cheia que eu entendi que ela já havia encontrado a parte dela perdida.
Mas a parte da minha vida, ainda não.
Quem sabe num esquecido lugarejo, numa viela, debruçada no parapeito de uma janela.
Lá onde o trem apita numa curva, numa vila enterrada no chão....
Lá onde eu sepultei o meu sorriso....
Lá onde esqueci o meu coração....
Quem sabe?
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
Há mulheres ...
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes...
e calma
Sophia de Mello Breyner Andresen
Não pela cor
Mas pela vastidão da alma
E trazem a poesia nos dedos e nos sorrisos
Ficam para além do tempo
Como se a maré nunca as levasse
Da praia onde foram felizes
Há mulheres que trazem o mar nos olhos
pela grandeza da imensidão da alma
pelo infinito modo como abarcam as coisas e os Homens...
Há mulheres que são maré em noites de tardes...
e calma
Sophia de Mello Breyner Andresen
Erico V.
Em geral quando termino um livro encontro-me numa confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga tristeza. Relendo a obra mais tarde, quase sempre penso: Não era bem isto o que queria dizer.
Em geral quando termino um livro encontro-me numa confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga tristeza. Relendo a obra mais tarde, quase sempre penso: Não era bem isto o que queria dizer.
"Se tivesses asas
serias a ave mais linda!
Se tivesses pétalas
serias a flor mais linda!
Se fosses água
serias a lagoa mais linda!
Se fosses cor
serias o céu mais lindo!
Sabendo que não tem asas,
nem pétalas,
sabendo que não és água
nem cor,
vejo-te como uma pomba vestida de flores
que sobrevoa as lagoas
e sobe aos céus,
levando-me contigo nas asas,
vestindo o corpo com pétalas
e o cabelo escorrendo água,
para, perto do firmamento,
purificares-me o corpo
e eu ficar preso a ti,
como um louco
fica preso a um sonho!
E, num acto final de devoção,
voltamos ao jardim sagrado da paixão
que nos acolhe
até novo voo..."
serias a ave mais linda!
Se tivesses pétalas
serias a flor mais linda!
Se fosses água
serias a lagoa mais linda!
Se fosses cor
serias o céu mais lindo!
Sabendo que não tem asas,
nem pétalas,
sabendo que não és água
nem cor,
vejo-te como uma pomba vestida de flores
que sobrevoa as lagoas
e sobe aos céus,
levando-me contigo nas asas,
vestindo o corpo com pétalas
e o cabelo escorrendo água,
para, perto do firmamento,
purificares-me o corpo
e eu ficar preso a ti,
como um louco
fica preso a um sonho!
E, num acto final de devoção,
voltamos ao jardim sagrado da paixão
que nos acolhe
até novo voo..."
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