sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ao passo do vento

...e correrão sem destino, enfrentando as dores e angústias do difícil caminhar.
O rosto queimado pelo sol, os pés sangrantes pelos espinhos.
Um abrigo? 
Os cemitérios que encontravam pela frente. Lá podiam dormir pelo menos.
Lá podiam contar seus mais temiveis segredos e compartilhar seus mais horrendos medos.
Quantas cicatrizes espalhadas pelo corpo, como se não bastassem as carregadas pela alma.Ao menos podiam em paz banhar-se nos rios de lágrimas, que por vezes pareciam tormentas. 
Desconhecidos,desprezados, desvalorizados...sem cheiro, sem graça, de valor apenas a vida, que mesmo assim insistia em desistir e ceder lugar a doce sombra da morte, que ao certo ficaria contente por tão nova companhia.
Já percorreram muitos lugares, e fatigados do pesado fardo, falaram com muitas pessoas. Uns olhavam de lado. Outros olhavam atentamente, por medo, claro!
Uns compadeciam-se da situação, mas apenas se compadeciam, nada mais, como se isso servisse para alguma coisa, senão para instigar um sentimento de culpa pela situação alheia.
Mais ao frio e relento, necessitados de amor e com passadas ao vento,dormindo por vezes em tumulos, calçadas, pontes e tantos outros lugares...mais um despercebido pela humanidade, solta o ultimo suspiro e se vai! (C. Lira)


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