Seria mesmo um devaneio essa busca incessante pelo ponto de lucidez nessa nossa história caótica. Sim, seria.
Mas nós quisemos que fosse diferente, que fosse diferente dessa vez e que assim nossos dias se tornassem mais suportáveis. Fostes se tornando, pouco a pouco, mais do que eu imaginei ser capaz, não eras apenas um cara bonito, eras mais que isso.
Tu eras, meu bem, a pessoa que eu esperava encontrar no fim dos meus dias, com quem eu dividiria meu jantar, meu edredon, minha vida. E fomos, eu sei que fomos, longe demais nesta loucura. Quiseres frear, esquecer, abafar, enforcar tudo que sentiamos e que não sabiamos como controlar, como explicar, como tornar algo comum e simples, como o que todas as pessoas sentem.
Mas não era comum, sempre soubemos disso, não era porque não há pessoa neste mundo que pense ser lucida a ideia de se apaixonar, de desejar, de contar toda a vida, os anseios, as vitórias, as derrotas, de falar a mesma língua, de se deliciar com as mesmas pequenas coisas, isso tuso, tudo, com alguém que está a quilômetros de distância. Seria mesmo o ponto máximo de onde poderiamos suportar a ausência física, quando enlouquecemos sem compreender porque a única pessoa que nunca nos tocou, que nunca sentimos o cheiro, o abraço, seria ela a única a quem dariamos parte nossa vida, do nosso suspiro, do nosso coração, esse mesmo, sangrando de saudades!!
E agora eu vou ter que descobrir sozinha como sobreviver...
Nenhum comentário:
Postar um comentário