quarta-feira, 27 de outubro de 2010


- Queria conversar com você, de verdade. Calmos sentados aqui. 
Sorri e me sentei, relaxando os músculos procurando não me desconcentrar, peguei um pedaço do pano da minha blusa e disse ainda olhando para baixo, não parando de mexer:
- Tudo bem, deve ser mesmo importante para me fazer perder o ônibus. 
- É, é sim. Olha eu tentei conversar com outra pessoa mas você me parece a mais, certa mais cabeça e a mais próxima - Falou sem dar tréguas - Ela já esta me incomodando eu a amo, mas do jeito que esta parece que somos um só e não um casal, você poderia conversar com ela ou pelo menos me dizer o que fazer, eu não quero perde-la mas ela torna tudo impossível e eu realmente quero que ela saiba que eu amo ela, mas não consigo falar, ela nem me deixa. 
Olhei para a boca dele, ela me desnorteava, procurei falar mas aquilo me parecia mais um choque dado depressa demais, vi então que mais um ônibus estava chegando levantei com um pulo e ele se levantou ao meu lado e pedio mais uma vez:
- Fique me ouça me ajude, eu quero eu tenho eu preciso, se quiser posso te levar depois para a casa. 
- Ok, mais eu não sei o que fazer não sou especialista em namoro ainda mais assim como o seu digamos… conturbado. 
- É mais você me parece tão segura de si, tão calma pensei que pudesse… Mas tudo bem, deixe posso tentar me queixar com minha mãe talvez. 
Ri desajeitada todo aquele drama me deixava sem jeito e confesso que com um pouco de felicidade. 
- Pare de trama, sente-se. Posso dizer o que penso - falei puxando logo o braço dele o forçando sentar os dois calaram rápido e voltei a falar - Olhe, se você a ama tem que ficar com ela e vai ter que aceitar, porque eu honestamente não acredito que uma conversa irá adiantar e esse é o jeito dela tem que ama-la dentro de suas condições. 
- Esta certa, mas e as minhas condições ? Faz apenas duas semanas de namoro de verdade e já esta assim imagine com 1 ano vou estar como escravo. 
- É, posso tentar falar com ela, mas a verdade é que ela precisa de você, e quer você ao lado dela, agora eu sei que as vezes ela é seca com você mas é como um pedido de socorro de ajuda de atenção, quer saber eu sei que ela tem a graça dela com os outros meninos, claro. Mas você também tem.
- NÃO - falou com agressividade - eu só tenho olhos para ela só para ela. Mais ninguém, eu a amo ela é a mulher da minha vida. E mais nada quero ela do meu lado e mais ninguém, será que ela não vê ?
Senti aquilo como uma indireta, não tive mais o que falar o silêncio tomou conta do lugar e ele suspirava como se estivesse voltado de uma corrida ! Me levantei mesmo que me sentindo mole, não disse nada ele ficou parado como uma estátua com uma cara de que não havia entendido. Corri em direção qualquer apenas buscando fugir do constrangimento as lágrimas borbotavam dos meus olhos e eu corri arrisquei dar uma última olhada para trás ele permanecia ali, só que agora de pé, corri mais um pouco até que cheguei no próximo ponto, la me sentei jurei que nunca mais escorreria uma só lágrima por aquele motivo, a promessa até hoje foi válida aquela vez, naquele dia foi a última vez que o vi. 

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