sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Pedir


“… pedi para ver o invisível e deram-me a cegueira… pedi para ouvir o inaudível e obtive o silêncio… pedi para tactear o nada e consegui o caos do tudo… pedi sempre o que quer que fosse que me viesse à ideia e o retorno era sempre o oposto… a conclusão óbvia era não pedir ou então pedir apenas o real, o vivo, o palpável, o som, a luz, a beleza… nunca tive a certeza se terá sido a melhor opção… mas a verdade é que a partir do momento em que pedi apenas o viável, as coisas se tornavam passíveis de obtenção… pedi amor e tive-te… pedi um beijo e saboreei-te os lábios… pedi um abraço e amornei meu corpo na tua sedosa pele… pedi um toque e tive-te completa… pedi um olhar e consegui a imagem real… pedi um som e ouvi tua voz num doce dizer que me amas… pedi-te presente e tenho-te em mim por completo… pedi uma ternura e senti amor… pedi apenas o que podia obter e nada me foi por ti negado… senti-me preenchido pelas mais pequeninas coisas que de tão pequeninas se tornam no todo tão desejado… pedi para te amar e senti-me amado… que mais te posso eu pedir que já não me tenhas dado?…”

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