quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Consolação

Pai, Senhor do Infinito,
aconchega-me em Teu colo santo,
para que minhas angústias
não me tornem amargo.
Ceda-me uma réstia de Teu olhar
de eterna esperança,
substituindo, assim ,
as lágrimas de desespero,
pela pacífica humildade
que nos traz a sabedoria.
Permita-me apreender
a conversão do ódio em amor.
E assim ser semente
que faz brotar vida em meio à aridez.
Ajuda-me a amadurecer
os meus sentimentos,
permitindo que minhas mágoas
sejam convertidas em adubo fértil
para a semente do bem.
Pai, ensina-me um pouco
da Tua paciência bendita.
Acompanha-me neste meu engatinhar
para o Teu caminho.
Com Tua força suave
afasta de mim o fantasma do medo,
permitindo brotar em minha memória
as lições da eternidade,
fazendo que o meu casulo corporal
seja apenas ninho e morada
de uma ave chamada liberdade.
Seja ela alma etérea a habitar
o nervo ótico de meus limitados olhos,
dando-me olhos de ver,
tendo visão para desvendar
o quão profundo é o universo.
E que a imagem deste infinito oceano
de astros celestes
tenha o dom do consolo,
realizando o milagre de resgatar
a paz perdida, inundando de serenidade
a brutalidade competitiva do cotidiano.
E que neste pacificar-se
eu encontre a dádiva da prece.
Que a prece transforme-se
em oração que fala aos Teus ouvidos.
Que Teu socorro seja barreira eficaz
contra a clava e a espada.
Que mesmo sozinho, eu esteja Contigo.
Que mesmo longe de tudo,
ainda esteja perto de Ti.
Traz-me o afeto do congregar
das presenças fraternas.
Tuas luzes, lumes sagrados
a iluminar o escuro das trevas.
Trevas dos cérebros e corações rebeldes
à Tua Lei e ao Teu Amor.
Pai, ensina-me a transformar
minha obstinação em perseverança
na tua busca.
Que as energias vitais
do Afeto Divino venham me nutrir,
por entre sorrisos e lágrimas,
vitórias e derrotas,
criando em mim serena e enérgica vontade,
direcionando o meu livre arbítrio
para congregar-me em Tua obra.

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